ACONTECIMENTO VIOLENTO EM NARRATIVAS: PENSANDO A HISTORICIDADE EM RELATOS JORNALÍSTICOS SOBRE A CHACINA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

Autores/as

  • Sergio do Espirito Santo Universidade Federal do Pernambuco
  • Jessé Andrade Santa Brígida Universidade Federal do Pará image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.56856/remap.v2i1.376

Palabras clave:

Acontecimento, Narrativa, Chacina, Historicidade.

Resumen

Este artigo busca compreender como é possível pensar em eventos violentos por meio da noção de acontecimento, com ênfase no processo de narrativização e de sua aderência a uma historicidade que interliga passado, presente e futuro, de modo a tornar o acontecimento socialmente inteligível. Realizamos esse esforço a partir de matérias do jornal impresso Diário do Pará sobre a chacina da Região Metropolitana de Belém, ocorrida em 20 e 21 de janeiro de 2017, as quais encaramos como narrativas jornalísticas que integram o momento inaugural de emergência do acontecimento. Por meio desse exercício analítico, foi possível apreender como as narrativas produzidas pelo jornalismo são atravessadas por historicidade, levando a articular diferentes temporalidades e condições de identificação do acontecimento violento, tanto em relação à categorização quanto de seu contexto social de ocorrência e reverberação.

Biografía del autor/a

  • Sergio do Espirito Santo, Universidade Federal do Pernambuco
    Doutorando em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Pernambuco (PPGCOM/UFPE). Bolsista CAPES. Mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (PPGCom/UFPA). Graduado em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Tem experiência em pesquisas sobre mídia e violência, narrativas midiáticas, jornalismo e acontecimento.
  • Jessé Andrade Santa Brígida, Universidade Federal do Pará
    Doutorando e Mestre em Ciências da Comunicação pela Programa de Pós-Graduação Comunicação Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Bolsista Capes. Graduado em comunicação social, habilitação jornalismo. Atua nos temas de história dos meios de comunicação, discurso, sexualidades e interface comunicação e memória.

Referencias

Arquembourg, J. (2005). Entre facto e sentido: contar o acontecimento. Trajectos, (6), 109-112.

Avelar, J. R. (2017, 23 de janeiro). 32 pessoas são executadas após morte de soldado da PM. Diário do Pará, p. A2.

Babo-Lança, I. (2008). Reprodutibilidade do acontecimento na ordem institucional. In Anais do 1º Colóquio Internacional Imagem e Sociabilidade (pp. 1-18). Belo Horizonte, MG.

Prusakova, A. (2010). Narrative refiguration of social events: Paul Ricoeur's contribution to rethinking the social. Ricoeur Studies, 1(1), 87-98.

Carvalho, C. A. (2016). As mídias como metáforas narrativas: apontamentos sobre a necessidade metodológica de não desprezar as textualidades. In Moura, C. P. & Lopes, M. I. V. (Org.). Pesquisa em Comunicação: metodologias e práticas acadêmicas (pp. 257-276). Porto Alegre, RS: EDIPUCRS.

Deluchey, J.-F. Y. (2020). Biopolítica e morte no Brasil: o extermínio da juventude negra (ultra)periférica na Amazônia. Belém: UFPA

Dosse, F. (2013). Renascimento do acontecimento: um desafio para o historiador: entre Esfinge e Fênix. São Paulo, SP: Edunesp.

França, V. R. V. (2012). O acontecimento para além do acontecimento: uma ferramenta heurística. In França, V. R. V., & Oliveira, L. (Org.). Acontecimento: reverberações (p. 39-51). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

França, V. R. V. (2016). Partilhando experiências: a atração e o desafio da comunicação. In Lopes, M. I. V. (Org.). Epistemologia da comunicação no Brasil: trajetórias autorreflexivas (pp. 209-224). São Paulo, SP: ECA-USP.

Hartog, F. (2015). Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Neveu, E., & Quéré, L. (1997). The age of events. The spume of history - or an information master-frame? Réseaux, 5(1), 9-25.

Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (2017). Relatório da situação dos casos de chacinas e extermínio de jovens negros no estado do Pará. Belém, PA: OAB-PA.

Quéré, L. (2005). Entre facto e sentido: a dualidade do acontecimento. Trajectos, (6), 59-75.

Quéré, L. (2011). A individualização dos acontecimentos no quadro da experiência pública. Caleidoscópio, 10, 13-37.

Quéré, L. (2012). A dupla vida do acontecimento: por um realismo pragmatista. In França, V. R. V., & Oliveira, L. (Org.). Acontecimento: reverberações (pp. 21-38). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Soares, P., & Menezes, C. (2017, 23 de janeiro). Mortes em série superam três vezes a chacina de 2014. Diário do Pará, p. A2.

Publicado

2022-08-30

Número

Sección

Artigos